Fresquinhas e Actuais

domingo, abril 24, 2005

Greve na RTP

Niveis de adesão entre 90 e cem por cento, apesar da administração comunicar o contrário que apenas 25 por cento dos 2440 trabalhadores é que aderiram à greve.

Os sindicatos dos jornalistas e dos técnicos que convocaram esta semana três dias de greve na RTP pediram ontem a intervenção do Governo para resolver o conflito laboral que os opõe ao conselho de administração da empresa.
Em conferência de imprensa conjunta, que decorreu ontem no Porto, três associações do sector - Sindicato dos Jornalistas(SJ), Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual(STT) eo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das comunicações e Audiovisual(Sinttav) - defenderam que como principal accionista da empresa, o Executivo deveria intervir na resolução do diferendo laboral e mostraram-se disponíveis para voltar para a mesa de negociações, não afastando a possibilidade de voltarem à greve se necessário.
"O Govreno não pode ficar indiferente a este conflito, por isso continuaremos a sensibilizar o poder politico, nomeadamente através dos grupos parlamentares e do Presidente da República", afirmou Alfredo Maia presidente SJ.
Na base do conflito está a discussão e a base do acordo colectivo de trabalho(ACT), que regula as relações laborais dos trabalhadores do grupo, e que deverá substituir os actuais acordos da empresa da RTP e da RDP. As negociações começaram à mais de um ano, mas estes três sindicatos e a administração ainda não chegaram a um acordo.
As condições propostas são consideradas pelos trabalhadores "inaceitáveis", nomeadamente que as deslocações de serviço não sejam contabilizadas como tempo de trabalho.
O descontentamento agrava-se com o facto de a administração querer aprovar "horários irregulares". "Querem impor a plena disponibilidade dos jornalistas, ou seja, que estejam disponiveis para a empresa 24horas por dia. Aceitamos que em condições excepcionais não é possível fazer horários normais, mas não podemos aceitar que isso se torne a regra", sublinha Alfredo Maia. A perda de direitos nos planos de saúde dos trabalhadores da RTP(os da RDP não tinham esta regalia e passam a tê-la) e o fim da progressão nas carreiras por antiguidade são outras alterações criticadas.
Os sindicalistas fizeram uma avaliação bastante positiva da greve, consierando que teve "adesão maciça" por parte dos trabalhadores. Contudo também reconheceram que na RDP a participação não foi tão positiva e admitiram que não conseguiram "passar a mensagem" aos colegas da rádio.


Fonte: Jornal o Público