Fresquinhas e Actuais

sexta-feira, dezembro 10, 2004

OPERAÇÃO "APITO DOURADO"

Jorge Nuno Pinto da Costa está fortemente indiciado pela prática de cinco crimes:
-Dois crimes de corrupção desportiva, a que corresponde uma pena de dois anos a quatro anos;
-Dois crimes de tráfico de influências na forma activa, a que corresponde a pena de seis meses a cinco anos;
-Um crime de falsificação de documentos sob a forma de cumplicidade, a que corrresponde pena até três anos ou de multa;

Pinto da Costa à entrada do Tribunal de Gondomar
A juíza Ana Claúdia Nogueira fixou uma caução de 125 mil euros, além da proíbição de vários contactos, nomeadamente com outros arguidos.
No entanto, não foi afastado do exercicio das suas funções como presidente do F.C. do Porto.
A defesa pretende chegar ao processo documentação respeitante a alguns factos. É o caso do alegado financiamento dos favores sexuais aos árbitros de Évora. Em causa está uma verba por explicar que o MP acredita ter servido para tal fim, ao passo que a defesa sustenta que a importância foi entergue ao empresário António Araújo no âmbito de transferências de jogadores.
A juíza terá também valorado as palavras trocadas entre o líder portista e o então presidente do Concelho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, António Pinto de Sousa, também arguido na primeira parte do processo, ao qual terá solicitado a nomeação do árbitro Martins dos Santos para o confronto entre o FCP e o Rio Ave a contar para a Taça de Portugal.
O interrogatório foi marcado pela demora, alongando-se até a doze horas de converação, a juíza terá ficado convencida do envolvimento de Pinto da Costa na consumação de um crime de falsificação qualificada de documento. Este ílicito poderá estar relacionado com a eventual viciação da classificação dos árbitros, da qual depende a sua promoção, manutenção ou descida de divisão.
Outros eventuais favores sexuais praticados pelo empresário António Araújo, antes do jogo entre o FCP e o Estrela da Amadora, no entender da juíza, também terão tido o aval do presidente portista.
Fonte: Público